por Ana Paula Almeida
Cinema como mídia para democratizar a noção de direitos humanos.
Teve início ontem a 2ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul. A mostra está acontecendo na Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) e deve continuar até dia 10/12 aqui em Recife. Este ano, a mostra acontece em oito capitais brasileiras e os 32 filmes exibidos estão associados ao preâmbulo e aos 30 artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Na noite de ontem, a mostra foi oficialmente aberta com a exibição do filme Pirinop – Meu primeiro contato, de Mari Corrêa e Karané Ikpeng. O longa retrata a história dos índios Ikpeng, vulgarmente conhecidos como Txicão, no momento em que têm o primeiro contato com o homem branco numa região próxima ao rio Xingu. Os Ikpeng, então, começam a ser ameaçados pela invasão dos graimpeiros e são transferidos para o Parque Indígena do Xingu.
Vários anos após o primeiro contato com os brancos, os Ikpeng ainda resistem e desejam voltar à terra que um dia os pertencera. Hoje, lutam para reconquistar o espaço, dividido entre fazendeiros. Com tristeza, dor e humor, os Ikpeng conseguem transformar em vídeo as lembranças do dia em que o avião de um grupo de pesquisadores desceu para o primeiro contato.
O que fascina o espectador, inclusive devido a um trabalho de edição brilhante, é a forma como tudo é mostrado e a inclusão de cenas de 1964, quando os brancos narram e tentam diagnosticar o que os índios estavam sentindo. Temos, agora, a visão dos Ikpeng.
A mostra é gratuita, buscando democratizar o acesso à cultura e fazendo do próprio evento uma celebração concreta dos Direitos Humanos. No dia do encerramento da mostra aqui em Pernambuco, dia 10/12, é comemorado os 59 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Mais informações no site www.cinedireitoshumanos.org.br
quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário